Mindful Eating: Abordagem e Dicas Práticas 

Mindful Eating

Mindful Eating: A Jornada para uma Alimentação Consciente e Equilibrada

No cenário atual, onde a correria do dia a dia e a busca incessante por soluções rápidas dominam, o mindful eating surge como uma proposta revolucionária. Esse conceito, que pode ser traduzido como “alimentação consciente”, propõe uma abordagem mais atenta e equilibrada em relação ao que comemos, como comemos e por que comemos.  

A alimentação, ao longo dos tempos, deixou de ser apenas uma necessidade biológica e passou a ser também um ato social e cultural. No entanto, com a vida moderna, muitas vezes nos distanciamos da verdadeira essência do alimento, consumindo-o de forma automática e sem apreciação. O mindful eating nos convida a resgatar essa conexão perdida, incentivando-nos a prestar mais atenção nas sensações e emoções que a comida nos proporciona. 

Isso pode levar a uma relação mais saudável com a comida, evitando excessos e compreendendo melhor as necessidades do nosso corpo. Além disso, ao nos alimentarmos de forma consciente, podemos desfrutar mais dos sabores, texturas e aromas, tornando a experiência gastronômica ainda mais rica e prazerosa.  

Sendo assim, integrar a filosofia a um espaço bem planejado e iluminado, pode transformar a experiência gastronômica em uma jornada de autoconhecimento e conexão. Em um ambiente assim, as pessoas são incentivadas a não apenas saborear a comida, mas também a refletir sobre suas escolhas alimentares e as sensações que eles proporcionam. É por isso que alguns restaurantes, visando atender clientes que vivem com uma rotina corrida estão, por exemplo, adotando algumas dicas para melhorar o conforto dos clientes. 

Dessa maneira, em meio à agitação e ao ritmo acelerado da vida moderna, o conceito de mindful eating emerge como um farol, guiando as pessoas de volta à conexão consigo mesmas e com o momento presente. 

O que é mindful eating?

Originário de práticas orientais e fundamentado na atenção plena, o mindful eating, que pode ser traduzido como “alimentação consciente”, refere-se à prática de comer com total atenção ao que está sendo consumido, sem julgamentos e em sintonia com as sensações do corpo.  

A essência do mindful eating reside na capacidade de se estar presente durante a refeição. Isso significa perceber e apreciar os sabores, texturas e aromas dos alimentos, reconhecendo as sensações de fome e saciedade e evitando o consumo automático ou impulsivo.  

Ao adotar essa abordagem, é possível desenvolver uma relação mais saudável e equilibrada com a comida, evitando excessos, compreendendo melhor as necessidades do corpo e, consequentemente, fazendo escolhas alimentares mais acertadas. 

Quais são os benefícios do mindful eating?

Primeiramente, um dos benefícios mais evidentes do mindful eating é a promoção de uma relação saudável com a comida. Ao comer com atenção plena, as pessoas tendem a reconhecer os sinais de fome e saciedade com mais clareza, evitando o consumo excessivo e impulsivo.  

Além disso, ao apreciar cada mordida, é possível valorizar mais os alimentos, optando por escolhas mais nutritivas e equilibradas.  

Outro aspecto relevante é a redução do estresse e da ansiedade relacionados à alimentação, já que a prática incentiva uma abordagem mais compassiva e menos crítica em relação às próprias escolhas alimentares. 

Além dos benefícios já mencionados, o mindful eating também contribui significativamente para a melhoria da digestão. Ao comer de forma consciente e sem pressa, o processo digestivo é facilitado, uma vez que se mastiga melhor e se dá ao corpo o tempo necessário para processar os alimentos. Isso pode levar à redução de desconfortos gastrointestinais, como inchaço e azia.  

Um outro ponto é a busca por uma construção do comer equilibrado, sem culpas e sem julgamentos, sem rotular que um tipo de alimento engorda e outro emagrece, que na verdade tudo depende da frequência, das quantidades e das características individuais de cada um, como a prática de atividade física ou condição clínica, como o diagnóstico de comorbidades. 

Adicionalmente, a prática também auxilia na identificação de possíveis intolerâncias ou sensibilidades alimentares. E, em um nível emocional, ele pode ser uma ferramenta poderosa para desvendar padrões de compulsão ou restrição alimentar, permitindo uma abordagem mais terapêutica e integrada da relação com a comida.

Como posso praticar o mindful eating?

  1. Prepare o ambiente: Escolha um local tranquilo e livre de distrações para fazer suas refeições. Desligue a televisão, o celular e outros dispositivos eletrônicos.  
  1. Sente-se confortavelmente: Posicione-se de forma ergonômica, com os pés no chão e a coluna reta, para estar totalmente presente durante a refeição. 
  1. Observe o alimento: Antes de comer, olhe para o prato. Aprecie as cores, formas e texturas dos alimentos.  
  1. Coma devagar: Pegue pequenas porções e mastigue lentamente, sentindo a textura e o sabor de cada alimento. Concentre-se nos diferentes sabores que cada mordida oferece. Perceba as nuances e combinações de ingredientes. 
  1. Ouça seu corpo: Preste atenção aos sinais de fome e saciedade. Evite comer até estar excessivamente cheio; em vez disso, pare quando se sentir satisfeito.  
  1. Evite distrações: Mantenha o foco na experiência de comer. Se sua mente divagar, gentilmente traga-a de volta para o momento presente.  
  1. Reflita sobre suas emoções: Perceba se há emoções ou sentimentos surgindo durante a refeição. O mindful eating também envolve reconhecer e aceitar emoções sem julgamento.  
  1. Pratique regularmente: Assim como qualquer habilidade, a prática leva à perfeição. Quanto mais você praticar o mindful eating, mais natural e benéfico ele se tornará em sua vida.

Quais são algumas dicas para o mindful eating?

Em primeiro lugar, é essencial criar um ambiente propício para a prática. Isso significa escolher um local tranquilo, longe de distrações como televisão ou celular, onde o foco esteja totalmente voltado para a refeição. A atenção plena começa já na escolha dos alimentos, observando suas cores, texturas e aromas. 

Durante a refeição, a mastigação lenta e consciente é fundamental, permitindo que se saboreie cada bocado e se reconheça a sensação de saciedade. Além disso, é importante evitar a multitarefa, dedicando aquele momento exclusivamente à alimentação.  

Outra dica valiosa é refletir sobre a origem dos alimentos, cultivando gratidão por todo o processo que levou aquela refeição até a mesa.

Qual é a diferença entre mindful eating e intuitive eating?

O “mindful eating” é uma prática que se origina da atenção plena ou mindfulness. Seu principal objetivo é promover a consciência durante o ato de comer. Isso envolve perceber e apreciar os sabores, texturas e aromas dos alimentos, bem como reconhecer as sensações de fome e saciedade. A ideia é estar completamente presente durante a refeição, evitando distrações e consumos automáticos, e assim, cultivar uma relação mais equilibrada com a alimentação.  

Por outro lado, o “intuitive eating” foca em cultivar uma conexão profunda com as necessidades e sinais do próprio corpo. Essa abordagem incentiva as pessoas a confiarem em sua intuição e instintos naturais quando se trata de escolhas alimentares. Em vez de seguir dietas ou regras rígidas, a alimentação intuitiva propõe que cada indivíduo reconheça e respeite suas próprias necessidades, sejam elas físicas ou emocionais, aprendendo a diferenciar a fome real de desejos emocionais.

Existem estudos sobre a eficácia do mindful eating?

Sim, existem estudos sobre a eficácia do mindful eating para transtornos alimentares e obesidade. 

Nos últimos anos, diversos estudos têm sido conduzidos com o objetivo de avaliar os impactos do mindful eating em diferentes aspectos da saúde e do comportamento alimentar. Muitas dessas pesquisas indicam que a prática pode ser eficaz na promoção da percepção de saciedade, na redução de episódios de compulsão alimentar e no desenvolvimento de uma relação mais positiva com a comida.  

Além disso, alguns estudos sugerem que o mindful eating pode auxiliar na gestão do peso, embora o foco da prática não seja a perda de peso, mas sim a consciência alimentar.  

Outro ponto relevante é que o mindful eating tem mostrado potencial em auxiliar pessoas com distúrbios alimentares. A atenção plena durante as refeições pode ajudar indivíduos a reconhecerem e lidarem melhor com gatilhos emocionais que levam a padrões de alimentação disfuncionais.  

Alguns deles, no Brasil, são: 

  • Mindfulness, mindful eating e comer intuitivo na abordagem da obesidade e transtornos alimentares – Periódicos Eletrônicos em Psicologia 
  • Reflexões sobre o Mindful Eating e análise da eficácia do protocolo “Eat for Life” – Universidade Federal de Uberlândia 
  • Repercussões das abordagens mindful eating e intuitive eating na saúde de indivíduos adultos: revisão integrativa – Redalyc 
  • Atenção plena aplicada à nutrição – ARES 
  • Mindful Eating: Tudo o que um profissional da saúde precisa saber – LPF Brasil 
  • Repercussões das abordagens mindful eating e intuitive eating na saúde de indivíduos adultos: revisão integrativa – ResearchGate 

Sendo assim, é correto afirmar que a literatura científica tem apresentado evidências positivas sobre os benefícios do método para a saúde e o bem-estar. Contudo, como toda abordagem, é essencial que cada pessoa avalie e adapte a prática de acordo com suas necessidades individuais, considerando sempre a orientação de profissionais da saúde quando necessário.

Mônica Stockler

Mônica Stockler

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Mônica Stockler

Mestranda no Curso Internacional de Nutrição e Dietética com ênfase em Nutrigenômica e Antiaging, Universidad Europea Del Atlántico, Barcelona / Espanha.

Pós-graduada em Nutrição Clínica e Estética pelo IPGS em 2013.

Experiência em Atendimento Nutricional Clínico desde 2008, Graduada na Universidade Paulista- UNIP.

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