Óleo de linhaça e seus benefícios

Informações: A linhaça é a semente do linho (Linum usitatissimum L.), da família Linaceae, uma planta nativa do oeste asiático e do mediterrâneo. Consumida desde o antigo Egito, é fonte de fibras, lignanas, ômega 3 (ácido alfa linolênico) ômega 6 (ácido linoléico) e ômega 9 (ácido oléico).
Possui em sua composição cerca de 30 a 40% de gordura, 20 a 25% de proteína, 20 a 28% de fibra dietética total, 4 a 8% de umidade e 3 a 4% de cinzas, além das vitaminas A, B, D, E e minerais. A sua composição de aminoácidos é comparada a proteína de soja, uma das mais nutritivas proteínas de origem vegetal. Possui elevado teor de potássio, sendo cerca de sete vezes maior que o da banana. A vitamina E esta presente atua como um antioxidante biológico.

Funções: O consumo da linhaça estimula alterações hormonais, contribuindo com a redução do risco de câncer, diabetes, dos níveis de colesterol total e LDL, assim como favorecendo a diminuição de agregação antiplaquetária, favorecendo unhas, dentes e ossos, além de tornar a pele mais saudável.
Seus efeitos na diminuição da divisão celular e no aumento da taxa de mortalidade de células malignas de pacientes com câncer de próstata, têm sido associados à presença de componentes fisiologicamente ativos, principalmente o ácido alfa-linoléico (ALA), pertencente ao grupo ômega-3, lignanas, um fitoestrógeno e fibras.

As lignanas são componentes fenólicos que contêm o 2,3-dibenzilbutano em sua estrutura, com potencial anticancerígeno e de alívio de sintomas da menopausa. A presença de cerca de 60%de ácido alfa-linoléico (ômega 3) faz com que a semente seja a maior fonte vegetal deste ácido graxo essencial, e a sua predominância é importante na prevenção de doenças cardíacas.
É também fonte de fibras alimentares com boa proporção entre solúveis (auxilia na diminuição do colesterol) e insolúveis (apresenta efeito estimulante ao trânsito intestinal). Assim como qualquer tipo de óleo, é capaz de emulsificar o bolo fecal, facilitando a sua eliminação.

Os compostos fenólicos presentes em óleos de sementes possuem fortes propriedades antioxidantes e quando usados juntos com ingredientes de alimentos processados contendo lipídes podem exercer um feito positivo na redução da oxidação lipídica, podendo agir ainda como redutores de oxigênio singleto e atuar na quelação de metais pesados.
O processo inflamatório é iniciado pela produção de ácidos graxos biologicamente ativos, prostaglandinas e leucotrienos. Drogas inflamatórias não hormonais inibem o passo inicial na conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas, enquanto os coticosteróides, tão utilizados nos processos inflamatórios, diminuem a liberação desse ácido das membranas lipídicas.
As prostaglandinas produzidas a partir do EPA contribuem menos para o processo inflamatório do que aquelas derivados do ácido araquidônico. O tipo de prostaglandina produzido é determinado pela composição dos lipídeos da membrana celular, que são influenciados pela natureza dos ácidos graxos dietéticos.
Dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 promovem a incorporação de EPA nos fosfolipídeos de membranas, em substituição ao ácido araquidônico, diminuindo, portanto a disponibilidade de ácido araquidônico para a síntese de eicosanóides. Além disso, o EPA, por si só, inibe a oxidação do ácido araquidônico pela enzima COX.

Os ácidos graxos ômega 3 apresentam um papel protetor nas doenças coronarianas e suas complicações, pois metabolicamente, esses ácidos diminuem a produção hepática de triacilglicerol e a apolipoproteína B, os principais constituintes lipídicos e protéicos das VLDL.
Doses de 1g por dia de EPA+DHA são recomendadas para cardioproteção: prevenção das doenças cardiovasculares, tratamento após infarto do miocárdio, prevenção de morte súbita e prevenção secundária. Para redução de triglicerídeos, são indicadas doses de pelo menos 2g a 4g.

Os estudos apontam ainda uma habilidade para aumentar a termogênese, acelerando o metabolismo, e assim, reduzir a eficiência da deposição de gordura corporal, proporcionando também resultados interessantes em pacientes com Diabetes Melitus 2 e triglicérides elevados.

Seja por fonte dietética ou por suplementos, o consumo de níveis adequados de ômega 3 estão associados a uma menor prevalência de alguns tipos de câncer. Os ácidos graxos ômega-3 parecem ter efeito antitumoral por meio de sua imunomodulação ação antiinflamatória e inibição da proliferação celular de tumores, por meio da alteração da produção da prostaglandina E2.
Os ácidos graxos essenciais podem exercer influências positivas sobre alguns tipos de inflamações cutâneas, por meio da modulação do metabolismo das prostaglandinas, atenuando-se a produção de compostos inflamatórios ocasionados pela acne, por exemplo.

Cerca de 50% do cérebro é composto por lipídeos, sendo 35% desse conteúdo na forma de ácidos graxos poliinsaturados. Há evidências de que pacientes deprimidos apresentam em média, menores níveis plasmáticos de ômega-3, quando comparados com indivíduos sadios, portanto a suplementação com o ômega 3 tem sido efetiva no tratamento dos sintomas depressivos.

Resumindo seus efeitos: Antioxidante, imunoestimulante, reduz o quadro inflamatório ocasionado pelas células de gordura, auxilia o funcionamento do intestino, prevenção de doenças degenerativas, doenças cardiovasculares por reduzir o colesterol LDL e favorecer o aumento do colesterol HDL, tratamento da síndrome do olho seco, para casos de inflamações de pele e acne, TPM (tensão pré menstrual), menopausa, alto potencial cicatrizante, auxilia na regulação e redução da pressão arterial, do colesterol total e triglicerídeos, pode auxiliar nos tratamentos de emagrecimento e promove uma melhora nos efeitos da insulina, reduz a retenção de líquidos por remover o excesso de sódio dos rins, prevenção do câncer de mama.

Referências bibliográficas: SCIELO, MDEMULHER

Livro: SUPLEMENTAÇÃO FUNCIONAL MAGISTRA dos Nutrientes Compostos Bioativos, Paschoal, V., Marques N., Brimberg, P., Diniz, S.; VP editora, São Paulo-SP, 449-456, p.; 2008.

Mônica Stockler

Mônica Stockler

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Mônica Stockler

Mestranda no Curso Internacional de Nutrição e Dietética com ênfase em Nutrigenômica e Antiaging, Universidad Europea Del Atlántico, Barcelona / Espanha.

Pós-graduada em Nutrição Clínica e Estética pelo IPGS em 2013.

Experiência em Atendimento Nutricional Clínico desde 2008, Graduada na Universidade Paulista- UNIP.

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